MOSCOU - O ex-dirigente soviético Mikhail Gorbachov se declarou nesta terça-feira orgulhoso de seu papel na queda do Muro de Berlim há 20 anos, sem dar importância às críticas que o acusam na Rússia de ter causado a perda do império soviético.
"Estou orgulhoso que nós - e me refiro ao mesmo tempo aos países da Europa ocidental e oriental - tenhamos encontrado um enfoque que levasse em conta os interesses de todo o mundo, e que esta coisa extremamente dolorosa (o muro) tenha sido liquidada", declarou os jornalistas.
O último líder da União Soviética deu a entender que, na época, os vários dirigentes não tinham outra saída a não ser pôr fim à divisão da Alemanha.
"Se a União Soviética quisesse, poderia ter impedido a reunificação. O que teria acontecido nesse caso? Não sei, talvez a terceira Guerra Mundial", afirmou.
Gorbachov, de 78 anos, é muito respeitado no Ocidente, mas igualmente criticado na Rússia, onde é acusado pela política que afundou a antiga União Soviética em um caos econômico e que precipitou o desmantelamento do império contruído pelo Kremlin.