Os apoiadores do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, começaram nesta terça-feira (3/11) uma vigília em frente ao Congresso e dizem que de lá só vão sair quando os deputados votarem a recondução ao cargo. Um dos manifestantes, Juan Vásquez, afirmou que "os deputados têm a obrigação de devolver a credibilidade ao povo".
[SAIBAMAIS]A polícia hondurenha montou no local um cordão de isolamento para impedir o acesso ao prédio. Mas, em dias normais, a maioria dos 128 deputados não vai ao Congresso porque está em campanha pela reeleição. Com dificuldade de quórum para a votação em curto prazo, Zelaya fez um apelo à comunidade internacional para que fiscalize o cumprimento do acordo.
Ele já deixou claro que só se voltar ao poder, vai reconhecer o governo de unidade e reconciliação nacional, previsto para ser formado nesta quinta-feira (5/11). "Sempre, nesses acordos, existe a possibilidade de manipulação, de jogos obscuros, contra os quais devemos nos manter alertas até o seu cumprimento", afirmou o presidente deposto.
Os representantes do governo golpista sinalizaram que não há pressa para a votação e que Roberto Micheletti vai se encarregar de criar o governo de transição. O secretário de Assuntos Políticos da Organização dos Estados Americanos (OEA), Victor Rico, confirmou que não há prazo para a votação sobre a recondução de Zelaya. "Não há limite fixo para os procedimentos do Congresso. Ele terá o tempo necessário para tomar uma decisão", disse Rico.
Enquanto o impasse político em Honduras gira agora em torno do Congresso, a comissão da OEA que vai fiscalizar a execução do acordo começa a trabalhar nesta terça-feira. Está prevista a chegada dos dois representantes internacionais que vão integrar a comissão: o ex-presidente do Chile Ricardo Lagos e a secretária de Trabalho dos Estados Unidos, Hilda Solis. A comissão terá ainda um representante dos governos golpista, Arturo Corrales, e deposto, Jorge Reina.