TEERÃ - A Polícia iraniana proibiu qualquer manifestação oposicionista na quarta-feira, em ocasião do 30º aniversário da invasão da embaixada dos Estados Unidos em Teerã por estudantes islâmicos, em um comunicado divulgado nesta segunda-feira (2/11) pela agência de notícias Irna.
"Apenas aglomerações diante do ninho do espião americano (antiga embaixada dos EUA) estão autorizadas e qualquer outra manifestação está proibida", indica o comunicado da Polícia. "A Polícia agirá com determinação contra qualquer pessoa ou grupo que tentar perturbar a ordem pública e criar desordem", acrescenta o texto.
Apelos foram feitos nos últimos dias na internet para a realização de um ato de oposição ao governo do presidente Mahmud Ahmadinejad, paralelamente à celebração oficial.
Estudantes islâmicos invadiram no dia 4 de novembro de 1979 a embaixada norte-americana antes de fazer seus diplomatas de reféns, mantendo-os em seu poder durante 444 dias. As relações diplomáticas entre Teerã e Washington foram rompidas em seguida. Depois desse incidente, uma manifestação passou a ser organizada todos os anos diante da antiga representação diplomática norte-americana.
No dia 18 de setembro, a oposição, apesar da proibição por parte das autoridades, aproveitou uma celebração em solidariedade aos palestinos para sair às ruas e dar apoio a seu líder Mir Hossein Moussavi, candidato derrotado na eleição presidencial de 12 de junho.
As manifestações da oposição desencadearam episódios de violência em Teerã, onde o ex-presidente Mohammed Khatami foi atacado por partidários do regime ultraconservador e manifestantes foram agredidos e presos, segundo sites da internet e testemunhas.
Dezenas de pessoas foram mortas e cerca de 4 mil, presas durante os tumultos pós-eleitorais que mergulharam o país em sua mais grave crise política desde a Revolução Islâmica de 1979. A oposição se recusa a reconhecer a vitória de Ahmadinejad, argumentando que houve uma fraude maciça.