Mesmo tendo que se ocultar sob longos e negros tecidos, as mulheres iranianas estão conseguindo espaços profissionais em uma sociedade desenhada para homens.
As mulheres com formação universitária vêm conquistando cada vez mais lugares em novas profissões, como designer, engenharia da computação, tradução, psicologia e jornalismo. Em atividades de prestação de serviços e no comércio e negócios é praticamente inexistente a presença de mulheres.
As iranianas conseguiram representação no Parlamento e um espaço no Ministério da Saúde do governo do presidente Mahmoud Ahmedinejad. Na religião, as mulheres participam ativamente na formação e defesa dos valores da Revolução Islâmica, mas ficam em segundo plano na hierarquia do comando dos aiatolas - nenhuma delas pode receber este título.
De uma população de 65,3 milhões, cerca de 50% são mulheres. Uma pesquisa feita pela Organização Não Governamental Casa das Jornalistas do Irã indica que aproximadamente 12 milhões mulheres jovens e adultas frequentam as universidade do país. "As mulheres têm uma participação ativa em busca das mais variadas atividades profissionais", disse Tahereh Chek, secretária da Casa das Jornalistas.
É o caso de Laleh Alipour, que depois de se formar na Universidade de Teerã em designe de paisagem, faz mestrando sobre o mesmo temo em Londres, onde também trabalha no ramo. Assim que concluir o mestrado, Laleh quer voltar a Teerã para exercer a profissão. Mona Saleh Fard vive no país e estuda engenharia da computação. Zorah Mahdi, formada em psicologia pela Universidade de Brasília, voltou a Teerã há dois anos, onde exerce a profissão de tradutora do farsi (língua oficial do Irã) para o português. Só há dois profissionais com essa habilitação em Teerã.
A presença das mulheres é quase igual à dos homens nas redações dos principais veículos de comunicação de Teerã. No jornal Ettala'at, embora haja um grande número de jornalistas mulheres, apenas faz parte da estrutura de chefia. O número de mulheres fotografas em Teerã é praticamente igual à dos homens. Elas disputam ativamente espaços em busca da melhor imagem nos eventos públicos.