O livro de Juanita Castro "Mis hermanos, la historia secreta" é um folhetim de mau gosto e baixo aspecto moral, que só confirma que Fidel Castro é a vítima, afirma a revista cubana "La Jiribilla".
[SAIBAMAIS]"Se trata simplesmente de uma operação comercial de mau gosto e baixo aspecto moral", destaca a revista, patrocinada pelo ministério da Cultura cubano, na única reação até agora na ilha sobre o livro, apresentado semana passada em Miami.
No entanto, a revista destaca que "desta vez, mesmo sem querer, a publicidade dos inimigos da Revolução Cubana favorece o esclarecimento dos fatos".
"A verdade está à vista: Fidel Castro é a vítima, o ofendido, o indivíduo contra o qual se conspirou e o que guarda um silêncio que o honra e o enaltece. Se trata de um caso típico no qual o tiro sai pela culatra", afirma.
Juanita, irmã de Fidel e Raúl Castro, colaborou com a Agência Central de Inteligência americana (CIA) durante os anos 60, um período em que Washington fazia de tudo para sabotar a revolução comunista na ilha, segundo revela em um livro lançado na semana passada.
Juanita Castro, de 76 anos, que vive exilada em Miami, conta no livro "Meus irmão, a história secreta", detalhes de seu entorno familiar em Cuba e como foi procurada pela CIA quando se transformou em severa crítica da revolução em 1964.
Mais nova que Fidel e Raúl, Juanita é a quinta de sete irmãos. Em uma entrevista à televisão transmitida na noite de domingo, ela explica que tudo começou quando um amigo próximo a ela e a Fidel Castro foi vê-la para dizer que a inteligência americana desejava tê-la como colaboradora.
Esta pessoa disse que "a CIA queria falar comigo (...) porque tinham coisas interessantes para me falar e coisas interessantes para me pedir (...). Eu fiquei meio em choque, mas disse que sim", contou ela à rede Univisión, principal canal hispânico dos Estados Unidos.
"Eu estava começando a me desencantar ao ver tanta injustiça, e digo, isso não é possível, estão errados aqui, alguém aqui está fazendo as coisas mal feitas", afirmou Juanita na entrevista, na qual revelou mais detalhes de sua relação com a CIA.
Nos anos 60, a inteligência americana bolou vários planos para derrubar o regime comunista cubano, incluindo conspirações para matar Fidel.
Em seu livro, Juanita Castro conta que o irmão Raúl a advertiu que sabia de sua crítica à revolução e que ela protegia opositores, pedindo que passasse um tempo no México. No dia 18 de junho de 1964, quando viajou, viu o atual presidente de Cuba pela última vez.
O livro, escrito em parceria com a jornalista mexicana María Antonietta Collins e publicado pela editora Santillana, chagará simultaneamente às prateleiras nos Estados Unidos, na Colômbia, no México e na Espanha.