O Ministério francês da Imigração abriu nesta segunda-feira (2/11) um grande "debate sobre a identidade nacional" que, segundo as autoridades, favorecerá a construção de uma visão mais compartilhada da sociedade francesa, um projeto que a maioria dos franceses apoia, mas é rejeitado pela esquerda e a ultradireita, que o classifica de manobra eleitoreira.
"O debate também deve permitir discutir as contribuições dos participantes, a elaboração de ações que permitam consolidar nossa identidade nacional e reafirmar os valores republicanos e o orgulho de ser francês", afirma o comunicado do ministério, que pede ainda que as prefeituras e as subprefeituras incentivem esse processo.
Faltando seis meses para acirradas eleições regionais, o governo francês se aproveita assim de um tema favorito da extrema-direita.
"O presidente da República usa este debate para tentar unir uma maioria (de direita), mas não tem qualquer vontade de saber da verdadeira crise de identidade que sacode nosso país", criticou a vice-presidente da Frente Nacional (FN, ultradireita), Marine Le Pen.
Na semana passada, a filha de Jean Marie Le Pen pediu uma entrevista a Sarkozy para apresentar a ele uma proposta de seu partido a respeito. Até agora não recebeu uma resposta oficial.
Segundo diversas pesquisas publicadas no fim de semana, mais de 60% dos franceses aprovam o debate, que recebe apoio de 72% dos votantes de direita e 50% da esquerda.