Vinte anos após a queda do Muro de Berlim, permanecem diferenças entre alemães do Leste e do Oeste, mas são mais culturais e sociais do que políticas, segundo um estudo de psicólogos divulgado nesta quinta-feira.
E a nostalgia da extinta Alemanha do Leste, aparece mais na necessidade de reencontrar "pequenos prazeres" de então que do desejo de uma volta ao sistema comunista, segundo estudo divulgado na revista "cult" Superillu.
O estudo, realizado pelo Instituto Rheingold de Colônia (Oeste), visa a "compreender mais que medir" as diferenças, segundo seu diretor, Stephan Grünewald.
Com sua equipe, entrevistou 80 moradores do Leste para analisar suas motivações, preocupações e sonhos.
O que conta, antes de tudo, no Leste "é a busca por estabilidade na vida cotidiana", principalmente no trabalho, "sobretudo a prioridade dada à família e aos amigos", destaca Grünewald.
"Fico no Leste porque toda a minha família é daqui", afirma, por exemplo, uma pessoa que preferiu não se identificar, para explicar sua recusa em procurar um novo emprego no Oeste.
Segundo um relatório oficial, o desemprego é duas vezes maior na ex-RDA - mais de 13% - do que na ex-Alemanha Ocidental, mesmo se o Leste sofra "no momento" mais que o Oeste a onda de choque da crise econômica.
"As pessoas são, em geral, mais pragmáticas no Oeste", acrescenta Grünewald.
No tempo da RDA, as pessoas sabiam se virar como podiam, e a tradição foi mantida - saber consertar as coisas e ajudar amigos e vizinhos, segundo o estudo.