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IRA tinha o Palácio de Buckingham entre seus possíveis alvos

LONDRES - Uma célula do IRA que cometeu uma onda de atentados em meados dos anos 70 fez uma longa de lista de possíveis objetivos que incluíam do Palácio de Buckingham até a Bolsa de Londres, passando pelos mais conhecidos museus do país, segundo documentos trazidos a público nesta quarta-feira (28/10). A polícia britânica encontrou uma grande documentação na qual eram detalhados os possíveis objetivos durante a revista de um apartamento londrino que o Exército Republicano Irlandês (IRA) utilizava para fabricar bombas depois da prisão da célula ao término de uma tomada de reféns em 1975. A partir desses dados, uma seção especial da Scotland Yard elaborou um relatório de 86 páginas destinado ao então primeiro-ministro Harold Wilson, documento que até agora permaneceu secreto e que os Arquivos Nacionais divulgaram nesta quarta. Entre os múltiplos objetivos figuravam a Galeria da Rainha, no Palácio de Buckingham - residência oficial de Elizabeth II -, a Bolsa de Londres, o British Museum, a National Gallery, o museu de cera Madame Tussauds, a Tate Gallery e a University College de Londres. A lista incluía além disso academias militares, prisões, aeródromos e instalações elétricas. O primeiro-ministro Gordon Brown, que classificou a lista de superficial, pediu à Scotland Yard que comprove a informação, segundo anotações no documento. Os membros da célula do IRA, conhecidos como "bando de Balcombe Street", foram detidos em dezembro de 1975 e condenados à prisão perpétua por uma onda de atentados comedida nesse ano e no anterior. No entanto, foram posteriormente libertados em função do acordo de paz de Sexta-feira Santa, que em 1998 pôs fim a 30 anos de confrontos entre protestantes e católicos, com um saldo de 3.500 mortos.