O governo da presidente argentina, Cristina Kirchner, enviará ao Congresso um projeto de lei para reabrir as negociações da dívida externa pendente e trocar os bônus em moratória, informou nesta quinta-feira o ministro da Economia, Amado Boudou.
"A presidente tomou a decisão de enviar ao Congresso um projeto que significa a suspensão da chamada 'lei ferrolho'", que impede a reabertura da troca da dívida adotada em 2005, disse Boudou à imprensa.
[SAIBAMAIS]O ministro destacou que "de nenhuma maneira a nova troca da dívida será mais interessante, em termos de valor, do que o acordo fechado com os credores em 2005".
Boudou disse que "a troca se fará em termos vantajosos para a Argentina" e terá como objetivo "retornar ao mercado de capitais".
O ministro não precisou qual será o valor em bônus envolvido na troca, mas os mercados calculam que entre principal e juros a transação somará quase 30 bilhões de dólares em poder dos chamados "holdouts", os credores "rebeldes" que, no geral, processam a Argentina.
Em 2005, a troca da dívida argentina teve uma adesão de 76,15% dos credores, totalizando cerca de 81,8 bilhões de dólares, com abatimento de entre 45% e 75%, dependendo do caso.