BUENOS AIRES - Cerca de 13 milhões de hectares de florestas são destruídas por ano no mundo, o que equivale a 36 campos de futebol por minuto, alertou o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), em um comunicado divulgado nesta quinta-feira (22/10), em Buenos Aires, no Congresso Florestal Mundial.
A organização ecológica lançou na reunião um desafio aos líderes mundiais: conseguir atingir a meta do 'desmatamento zero' até 2020. "Esta meta evidencia a escala e a urgência com que devemos enfrentar estas ameaças para manter a saúde do planeta", afirmou Rodney Taylor, diretor do Programa Florestal da WWF Internacional.
O especialista explicou que o objetivo do 'desmatamento zero' não significa o cessar total do desmatamento, e sim a compensação da floresta devastada com a restauração florestal e reflorestamento de terrenos degradados. No entanto, Taylor enfatizou que "as florestas naturais do mundo devem ser conservadas para maximizar as reduções de emissões de gases de efeito estufa e a conservação da biodiversidade".
Segundo a WWF, o ritmo de destruição florestal "gera quase 20% das emissões globais de gases de efeito estufa". A destruição das florestas nativas é um grave problema que atinge a Argentina, em especial no centro e norte do país, pelo 'boom' do cultivo de soja, principal produto de exportação.
A Argentina tem atualmente 31 milhões de hectares de florestas nativas, o que equivale a 30% das massas florestais originais, segundo um documento apresentado no congresso, o que caracteriza, segundo os participantes, "uma verdadeira emergência florestal".
O XIII Congresso Florestal Mundial, organizado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) sob o lema "Desenvolvimento Florestal, Equilíbrio Vital", conta com a presença de 3.500 delegados de 160 países.
As conclusões do encontro serão fundamentais para as negociações da Cúpula do Clima que será realizada em Copenhague em dezembro, quando se pedirá aos países ricos que se comprometam em diminuir suas emissões de gases estufa em pelo menos 40% até 2020.
Na Dinamarca se reunirão os países responsáveis por 90% da emissão mundial de dióxido de carbono (CO2), cujo maior responsável é a queima da combustíveis fósseis, segundo a FAO.