BERLIM - A oncologista Mechtild Bach, de 59 anos, acusada do homicídio de 13 de seus pacientes, começou a ser julgada nesta terça-feira (20/10) em Hannover, norte da Alemanha.
A médica nega as acusações, segundo as quais ela teria administrado deliberadamente a 13 pacientes com câncer doses excessivas de morfina e Valium entre 2001 e 2003. "Eu não provoquei a morte de meus pacientes. Tampouco tive a intenção de fazê-lo", declarou, destacando que os pacientes em questão eram pessoas "em estado terminal que decidiram seguir o tratamento até o fim". "Estão me acusando equivocadamente. Recuso formalmente todas as acusações", acrescentou.
Antes do início do julgamento, Bach declarou que não havia feito mais do que seu trabalho, que consiste em ajudar seus pacientes "a viver dignamente, com o menor sofrimento e a menor angústia possíveis".
A promotoria alemã considerou, por sua vez, que nenhum dos pacientes mortos, com idade entre 52 e 96 anos, estava à beira da morte, e que a médica não tinha motivo para administrar as doses de morfina e Valium que levaram aos falecimentos.
Expulsa do corpo médico, a acusada reconhece apenas "um grave erro", o de não ter obtido declarações de seus pacientes para incluí-las em seus históricos médicos. "Foi isso que me trouxe para cá", declarou ao tribunal, afirmando que é falso acreditar que "os encontros com os pacientes, dos quais não há provas, nunca existiram".
As mortes suspeitas foram descobertas quase por acaso, quando uma companhia de seguros de vida que realizava em 2003 uma investigação sobre outro médico detectou um uso excessivo de analgésicos. Os investigadores exumaram os restos de vários pacientes e Bach foi então acusada inicialmente por oito homicídios.