LONDRES - A reunião de cúpula sobre o clima de Copenhague, em dezembro, provavelmente não resultará em um tratado para reduzir as emissões de gases que provocam o efeito estufa, mas deve estabelecer um marco político, advertiu o principal funcionário sobre o clima da ONU em entrevista ao jornal britânico Financial Times.
"Um novo tratado completo sob a Convenção (Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática), não acredito que aconteça", declarou Yvo de Boer, secretário executivo da convenção. "Se observamos a limitada quantidade de tempo que resta até Copenhague, está claro", completou ao jornal londrino.
A reunião de Copenhague, que acontecerá de 7 a 18 de dezembro, tem o objetivo de concluir um novo acordo mundial de luta contra o aquecimento global que dê prosseguimento e intensifique os esforços do Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
"É preciso se concentrar nos imperativos políticos que estabelecem claramente como os países se comprometem a reduzir as emissões poluentes e quais mecanismos serão aplicados", disse Boer.
"Isto significa uma decisão global em Copenhague que fixe objetivos individuais para os países desenvolvidos, que decida como os principais países em desenvolvimento se comprometem até 2020 e, esperamos, inclua isto no contexto de um objetivo a longo prazo de reduzir as emissões até 2050", explicou. "Temos que nos concentrar no que é possível fazer com realismo", completou o funcionário da ONU.