VIENA - O Irã volta a negociar nesta segunda-feira (19/10), em Viena, sob patrocínio da AIEA, um acordo sobre o enriquecimento de urânio para fins civis no exterior junto às grandes potências, que suspeitam que a República Islâmica pretende conseguir armas atômicas.
Horas antes do início das discussões na sede da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Teerã advertiu que enriquecerá urânio a 20%, por seus próprios meios, em caso de fracasso nas negociações que começam nesta segunda com França, Rússia e Estados Unidos.
"A República Islâmica prosseguirá com o enriquecimento de urânio a 5%, mas se as negociações não apresentarem resultados adequados, começaremos nossas atividades para produzir urânio enriquecido a 20% e nunca renunciaremos ao nosso direito", declarou Ali Shirzadian, porta-voz da Organização Iraniana de Energia Atômica (OIEA).
No dia 1º de outubro em Genebra, o Irã e o Grupo dos Seis (EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha) concluíram um acordo com base no princípio de que Teerã entregaria parte de seu urânio enriquecido a menos de 5% a um terceiro país para obter, em contrapartida, urânio enriquecido a 19,75% para o reator de pesquisas de Teerã, totalmente sob controle da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Representantes do Irã, Rússia, França, Estados Unidos e da própria AIEA debaterão as modalidades e o mecanismo da operação na reunião desta segunda-feira em Viena.
Teerã rebate as acusações ocidentais de que pretende fabricar armamento atômico, sob a alegação de desenvolver um programa nuclear civil. E estas novas discussões são consideradas cruciais para tentar acalmar as tensões sobre o controverso programa nuclear do regime islâmico.