Um atentado suicida matou nesta sexta-feira quinze fiéis numa mesquita sunita em Tal Afar, norte do Iraque, estando, entre os mortos, o ministro da mesquita al-Moultaqa, Abdel Satar Hassan, membro do Partido Islâmico, a principal formação sunita iraquiana.
"Quando o religioso começou a pregar, um homem vestido de preto entrou, puxou sua arma e, gritando 'Allah Akbar' (Deus é grande), atirou contra ele. Os fiéis tentaram desarmá-lo, mas ele acionou a carga de explosivos que transportava", explicou uma fonte do hospital que recebeu os mortos e os feridos.
[SAIBAMAIS]Há dois anos, outro religioso dessa mesma mesquita, também filiado ao Partido Islâmico, foi baleado e morto.
Tal Afar, que faz parte da província de Nínive, é habitada por uma maioria de turcomanos xiitas e por uma minoria sunita.
No dia 9 de julho, 35 pessoas forma mortas e mais de 60 ficaram feridas num duplo atentado num bairro residencial.
O atentado coincide com uma votação que está sendo realizada pelo movimento do líder radical xiita Moqtada Sadr em Bagdá para escolher seus candidatos às eleições legislativas iraquianas de janeiro, constatou um jornalista da AFP.
Centenas de pessoas se aglomeravam nas dependências dessa formação que se apresenta numa ampla aliança xiita denominada Aliança Nacional Iraquiana (ANI), que disputa, principalmente, com a "Coalizão de Estado de Direito" do premier Nuri al-Maliki.
Estas primárias estão sendo organizadas em todo o país, com exceção do Curdistão, e das províncias de Al-Anbar e Nínive, de maioria sunita, em 350 centros de votação, entre eles 120 em Bagdá, informou à AFP o porta-voz do movimento, Salah al-Obeidi, com sede em Najaf, sul de Bagdá.
"Disputam a indicação 650 postulantes, a maioria deles proveniente de Bagdá. O nome dos candidatos está escrito num painel apresentado nos locais de votação e cada um possui um número. Os eleitores escolhem, então, um único nome", explicou.
O movimento sadrista conta, atualmente, com 30 deputados no Parlamento. Seis anos após a queda do regime ditatorial de Saddam Hussein, ele é o único a realizar primárias.
Totalmente oposto à ocupação americana, e proveniente de uma família de líderes religiosos, Moqtada Sadr reside há mais de dois anos no Irã onde prossegue seus estudos de teologia.
Al-Sadr se caracteriza como um pregador de sermões "revolucionários", baseados nos ensinamentos de seu pai, Mohammad Sadek Sadr, um dignitário respeitado pelos xiitas iraquianos e que foi assassinado em 1999.
Seus seguidores, que são milhares entre os jovens desfavorecidos dos arredores de Bagdá e entre os jovens mulás atraídos pela linhagem Sadr, o veem como o digno herdeiro de seu pai, assassinado por ordem de Saddam Hussein.