BRUXELAS - O chefe da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, exigiu nesta terça-feira (13/10) que o presidente tcheco, Vaklav Klaus, protagonista de uma nova crise política na UE, não invente obstáculos à entrada em vigor do Tratado de Lisboa, agora que finalmente ela se encontra próxima.
"Espero que a República Tcheca cumpra com suas obrigações e que não sejam levantados obstáculos artificiais a esta altura", declarou Barroso depois de se reunir, em Bruxelas, com o primeiro-ministro tcheco, Jan Fischer.
O Tratado, que visa melhorar o funcionamento da UE, foi ratificado pelos parlamentos ou em referendo nos 27 países membros. Sua entrada em vigor só depende agora da assinatura do presidente tcheco, o eurocético Vaclav Klaus, mas ele exigiu certas garantias para seu país, ameaçando, caso contrário, bloquear o processo.
Em particular, Klaus condiciona a assinatura do Tratado a uma garantia para seu país de que os alemães expulsos das fronteiras da atual República Tcheca depois da Segunda Guerra Mundial não poderão reclamar seus bens confiscados naquela época.
Klaus é um ultraliberal que, além de ser considerado um dissidente da UE, também é criticado por negar o aquecimento climático. Ele também reprova a UE por seu "déficit democrático", seus excessos burocráticos e suas relações supranacionais, pois defende a noção de "caráter nacional".