As forças da ordem reprimiram com violência nesta sexta-feira (9/10) um protesto que reuniu uma centena de seguidores do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, diante do hotel onde estão acontecendo as negociações para tentar sair da crise política no país, constataram jornalistas da ATP.
Os policiais dispersaram os manifestantes com bombas de gás lacrimogênio e jatos d;água. No entanto, vários deles voltaram para o hotel, de onde foram novamente repelidos pelas forças da ordem.
"Mesmo que nos atirem bombas de gás, continuarei em pé de guerra, porque quero o presidente em quem votei, não o que foi instalado pelas forças armadas", declarou Orlinda Cruz, dona de casa de 59 anos.
Segunda-feira, o governo de fato de Roberto Micheletti anunciou a revogação do estado de sítio no país. No entanto, a medida ainda não foi aplicada.
"Eles estão se aproveitando de que o decreto (que instaurou o estado de sítio) continua vigente para fazer uso de suas armas contra o povo. Exigimos o fim da repressão. Não haverá diálogo enquanto continuarem a agredir os hondurenhos", clamou um manifestante.
Um policial disse à imprensa que a repressão dos protestos vai continuar. "O decreto continua vigente. As manifestações estão proibidas, e vamos continuar coibindo elas", afirmou.
Uma missão de chanceleres da Organização dos Estados Americanos (OEA), responsável pela instauração do diálogo entre as duas partes em um hotel de Tegucigalpa, pediu ao governo de fato que respeite os direitos humanos e revogue efetivamente o estado de sítio.
Zelaya está refugiado na embaixada brasileira em Tegucigalpa desde o dia 21 de setembro.