NOVA YORK - O governo de fato de Honduras e seus aliados conseguiram adquirir uma certa influência em Washington, mediante uma campanha de lobby conduzida após o golpe de Estado, afirmou nesta quinta-feira (8/10) o New York Times. De acordo com o jornal, a campanha "teve o efeito de obrigar o governo a enviar sinais contraditórios ao governo de fato, que os vê como sinais de incentivo".
A campanha de lobby já custou US$ 400 mil em firmas de advogados e de relações públicas que mantêm relações estreitas com a secretária de Estado Hillary Clinton e o influente senador republicano John McCain.
O lobby recebeu o apoio de três altos representantes do governo americano - Otto Reich, Roger Noriega e Daniel Fisk - que consideram o caso de Honduras como uma batalha contra a influência da Venezuela e de Cuba.
Mediante pressões exercidas no Congresso através de um grupo de legisladores encabeçados pelo senador Jim DeMint da Carolina do Sul, a campanha conseguiu inclusive deter nomeações no governo.
Sempre segundo o artigo, os legisladores que participam do lobby tomaram dois nomeações como reféns para pressionar o governo de Barack Obama, entre eles o de Tom Shannon no cargo-chave de embaixador no Brasil.
Segundo o New York Times, apesar de Obama ter condenado publicamente o golpe, o departamento de Estado "enviou mensagens a legisladores por outros canais, expressando seu respaldo a Zelaya em termos mais ambíguos".