Delegados do governo de fato de Honduras e do deposto presidente Manuel Zelaya iniciaram nesta quarta-feira um diálogo supervisionado pela OEA, que busca resolver a crise causada pelo golpe de Estado de 28 de junho.
A mesa de negociação foi aberta com a intervenção do chanceler do governo de fato, Carlos López, em um hotel da capita e sob observação do secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, e uma dúzia de chanceleres e vice-chanceleres da região.
[SAIBAMAIS]O diálogo foi iniciado com mais de duas horas de atraso e em meio a um amplo esquema de militares e policiais fortemente armados.
"Meu governo convoca a uma mesa de diálogo para abordar com novo espírito os temas que de alguma maneira foram objeto de consideração em documentos de trabalho, no diálogo de San José", afirmou o presidente de fato Roberto Micheletti em um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão.
O governante de fato destacou que os temas cruciais se referem "aos poderes do Estado e à anistia, sem prejudicar a abordagem de outros temas", mas não fez referência ao ponto central do diálogo de San José, que é a restituição de Zelaya.
Antes da convocação formal, tanto o governo de fato como o presidente Zelaya nomearam suas respectivas comissões, integradas por três delegados de cada parte.
Cinco chanceleres, o subsecretário de Estado americano para a América Latina, Thomas Shannon, e quatro vice-chanceleres, liderados pelo secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, estão presentes com o objetivo de conciliar posturas antagônicas na questão crucial: o retorno ao poder de Zelaya.
O presidente destituído advertiu a OEA para não cair na "armadilha" montada pelo governo de Roberto Micheletti, que quer apenas ganhar tempo para se perpetuar no poder.
"Alertamos a comunidade internacional e a OEA para que não sirva à manobra de prolongar a ditadura por mais 100 dias".