TEGUCIGALPA - O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, disse nesta terça-feira (6/10) que a OEA é "muito suave" e "complacente" com o regime que assumiu o poder após o golpe de Estado no país, horas antes do início do diálogo para solucionar a crise.
"A OEA deve esclarecer sua posição, que está muito suave. Estão mostrando muita suavidade com o regime. São muito complacentes em sua posição com os ditadores", afirmou Zelaya, que está abrigado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa.
Zelaya, derrubado em 28 de junho passado, advertiu à Organização dos Estados Americanos (OEA) para não cair na "armadilha" montada pelo governo de Roberto Micheletti, que quer apenas ganhar tempo para se perpetuar no poder. "Alertamos a comunidade internacional e a OEA para que não sirva à manobra de prolongar a ditadura por mais 100 dias".
Zelaya denunciou que o regime de fato impede que sua comissão, de nove representantes, da qual sairão três negociadores, entre na embaixada do Brasil para acertar detalhes. "Fecharam os veículos de oposição, há centenas de presos políticos e ainda não aceitaram a visita da nossa comissão. Tudo está arranjado, é uma armadilha para prolongar a agonia do povo hondurenho".
Chanceleres da Organização dos Estados Americanos (OEA) e seu secretário-geral, José Miguel Insulza, devem chegar nesta quarta-feira a Tegucigalpa para instalar a mesa de negociações.