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Obama analisa guerra afegã com líderes do Congresso

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se reuniu nesta terça-feira (6/10) com os líderes do Congresso para analisar a guerra no Afeganistão e preparar a opinião pública para uma das decisões mais importantes de sua presidência: enviar ou não mais soldados à frente afegã. Obama destacou aos líderes republicanos e democratas que há um "sentimento de urgência" sobre a alarmante deterioração da situação no território afegão, revelou um alto funcionário da Casa Branca, que pediu para não ser identificado. O presidente admitiu que sua decisão "não deixará todos contentes", se esforçou para não dramatizar um debate cada vez mais passional e pediu aos legisladores que evitem posições extremas como "ou dobrar a aposta ou partir do Afeganistão", disse o alto funcionário. Obama vem realizando intensas consultas sobre a estratégia que manterá no Afeganistão e sobre os efetivos necessários para a execução desta estratégia. Ele enfrenta os pedidos de seus generais por mais soldados e as preocupações da opinião pública com a guerra. As pesquisas refletem uma crescente oposição entre os americanos a uma guerra que já tem oito anos, e cujo final não parece próximo. No sábado, um ataque matou oito soldados americanos na província do Nuristão, o que ilustra a intensificação dos combates nos últimos meses. A oposição republicana pede ao presidente que atenda ao pedido dos generais. Mas Obama também enfrenta um forte movimento anti-militarista em seu próprio Partido Democrata. Em um relatório entregue ao secretário da Defesa, Robert Gates, em 30 de agosto passado, o comandante das forças internacionais no Afeganistão, o general americano Stanley McChrystal, advertiu que sem o aumento dos recursos militares no país, a coalizão corre o risco de fracassar. "Se fracassarmos em reassumir a iniciativa e em impedir a ofensiva dos insurgentes" nos 12 próximos meses, "podemos chegar a uma situação em que não será mais possível vencer os rebeldes". Há poucos dias, McChrystal lamentou a "lentidão do Pentágono" no momento de atuar no Afeganistão e criticou as propostas paliativas.