Mais de 400 mil crianças morrem todos os anos nas 24 horas que seguem a seu nascimento por causas que poderiam ser facilmente resolvidas, segundo um relatório divulgado neste domingo pela organização "Save the children" como parte de uma campanha para reduzir a mortalidade infantil.
A morte de recém-nascidos na Índia representa um quinto das mortes de bebês no mundo inteiro, segundo esse relatório, que afirma ainda que as iniciativas governamentais da Índia para proporcionar atenção médica básica a todos não mudou a triste realidade das crianças do país.
[SAIBAMAIS]O relatório, que também analisa 14 países, calcula que globalmente morrem a cada dois anos dois milhões de crianças nas 24 horas que se seguem a seu nacimento, o que representa uma morte a cada 15 segundos.
As estatísticas da mortalidade infantil assinalam que, na Índia, em cada mil crianças que nascem, 72 morrem, uma porcentagem mais alta do que a de países vizinhos como Bangladesh.
E mais de dois milhões de crianças indianas morrem anualmente antes de completar cinco anos.
As principais causas de morte nos primeiros e críticos cinco meses de vida são a desnutrição, pneumonia e diarreia, males que são facilmente solucionáveis e baratos de curar.
Soluções de baixo custo poderiam reduzir a mortalidade dos recém-nascidos em até 70%, mas a atitude pública em torno dos gastos de saúde impedem o governo indiano de empreender ações efetivas, concluem os autores do estudo.
Mais de 50% das mulheres indianas dão à luz sem contar com a ajuda de pessoal sanitário especializado, o que é uma causa de infecção e complicações para seus filhos.
A Índia conseguiu um rápido crescimento econômico na última década que permitiu incrementar as ajudas às comunidades pobres e rurais, mas a Save the Children afirma que a maioria desses programas não beneficiaram a quem mais precisa.