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Para Bento XVI materialismo e fundamentalismo são males da África

CIDADE DO VATICANO - O materialismo e o fundamentalismo religioso são as duas principais "patologias" que ameaçam a África, afirmou neste domingo (4/10) o Papa Bento XVI na missa de abertura do sínodo sobre este continente diante de quase 200 bispos africanos. "A África representa um imenso pulmão espiritual para uma humanidade em crise de fé e de esperança, mas este pulmão é atacado por duas patologias perigosas", declarou o Sumo Pontífice na homilia. "Em primeiro lugar está o materialismo, combinado com um pensamento relativista e niilista, que foi exportado pelo mundo ocidental. Neste sentido, o colonialismo, que terminou no nível político, não foi concluído de todo", opinou. O segundo "vírus", segundo Bento XVI, é "o fundamentalismo religioso". "Grupos que se referem a diversas denominações religiosas se expandem no continente", destacou. O Sumo Pontífice, que visitou Camarões e Angola em março, marcado por uma polêmica sobre a Aids e o uso do preservativo, também defendeu o matrimônio. "A África poderá encontrar recursos imensos dando prioridade à família baseada no matrimônio". Um total de 250 prelados, entre eles 197 bispos africanos, participarão até 25 de outubro no segundo sínodo sobre o continente, que tem o tema "A Igreja na África a serviço da reconciliação, justiça e paz". O Papa também defendeu o diálogo e a reconciliação na Guiné, seis dias depois que manifestantes foram massacrados pelas tropas oficiais no país.