O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos de Honduras, Ramón Custodio, afirmou nesta quinta-feira que, se houver qualquer violência contra o povo hondurenho motivada pela presença de Manuel Zelaya na embaixada brasileira, ele irá às cortes internacionais contra o presidente Lula responsabilizando-o por "qualquer derramamento de sangue ou morte" que venha a ocorrer.
Custodio, no entanto, minimizou o episódio sobre a presença de gás lacrimogêneo na embaixada dizendo que o prédio não foi atacado diretamente, mas que a embaixada foi atingida pelo gás solto na rua para dispersar uma manifestação. A pessoa que morreu no confronto, segundo ele, estava nas proximidades da embaixada e era asmática.
Aviso americano
Ramón Custodio disse que durante o processo de escolha dos 15 integrantes da Suprema Corte hondurenha ele foi procurado pelo embaixador americano em Tegucigalpa que o avisou que haveria risco de golpe de estado se Zelaya não tivesse um representante na Suprema Corte.
O processo de escolha dos ministros da Suprema Corte é diferente do usado para escolher os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Lá todos os ministros são eleitos pelos parlamentares a partir da indicação de entidades civis e de classe. Não está prevista na Constituição nem a presença nem a indicação de representante do governo na Suprema Corte. Custodio ressaltou que o golpe não seria patrocinado pelos Estados Unidos.
Na avaliação da deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP), foi o momento mais tenso da missão até agora. "Ele claramente apoia o governo Micheletti [presidente interino de Honduras]".
Neste momento, os deputados estão reunidos com representantes da comunidade brasileira.