O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, estimou neste sábado que o anúncio da construção, por Teerã, de uma nova instalação de enriquecimento de urânio constitui um "duro golpe" para as potências ocidentais, segundo a agência de imprensa Ilna.
"Este caso tomou tais proporções que agora pensamos que os ocidentais lamentam ter falado dele", disse Ahmadinejad à imprensa do Irã após voltar de Nova York, onde participou da Assembleia Geral das Nações Unidas.
"Poderão continuar utilizando este assunto (contra o Irã) através dos meios de comunicação, mas isto constitui um duro golpe contra sua própria arrogância", declarou o presidente iraniano em referência aos Estados Unidos e a outras potências ocidentais.
Ahmadinejad afirmou que o presidente americano, Barack Obama, em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, "admitiu os erros cometidos pelas administrações americanas precedentes".
"Obama reconheceu as críticas que o Irã havia formulado há 30 anos contra a ação da administração americana e isto é um acontecimento histórico", destacou o líder iraniano.
O Irã anunciou hoje que sua nova instalação de enriquecimento de urânio será colocada sob supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), com a qual fixará uma data para uma visita de inspeção.
Na véspera, a revelação da existência desta instalação, situada a 100 km de Teerã, acentuou a pressão internacional sobre o Irã, que foi ameaçado com novas sanções por seu polêmico programa nuclear, que vários países ocidentais afirmam ser uma fachada para a construção da bomba atômica.
Ahmadinejad garante que a nova instalação é "perfeitamente legal".
No próximo dia 1; de outubro, Irã e as potências mundiais do Grupo 5 1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha) analisarão o expediente nuclear iraniano, em uma reunião em Genebra.