O chanceler Celso Amorim afirmou nesta sexta-feira que é um início o fato de que o regime de fato de Honduras tenha aceitado dialogar com o presidente deposto Manuel Zelaya.
"Um diálogo político, creio que isso é um início", afirmou Amorim aos jornalistas na ONU, onde pediu que o Conselho de Segurança se pronunciasse contra o cerco a que sua embaixada está submetida em Tegucigalpa.
Amorim, no entanto, se mostrou prudente quanto ao diálogo: "Não sei qual vai ser o resultado".
O chanceler reiterou que seu país nada tem a ver com a volta de Zelaya a Honduras. Zelaya até o momento não esclareceu as condições em que se deu seu retorno ao país na segunda-feira passada.
Amorim contou que, às 10 horas da manhã de segunda-feira, uma deputada hondurenha chegou à embaixada do Brasil para pedir que a esposa de Zelaya fosse recebida na representação.
Ao chegar meia hora mais tarde, a primeira-dama perguntou se a embaixada poderia receber Manuel Zelaya, que estaria nas imediações, e vinte minutos depois chegou o presidente deposto, contou ainda Amorim.
"Depois de ter consultado o presidente (Luiz Inácio Lula da Silva), autorizamos que ele fosse recebido e depois autorizamos para que ficasse".
"Isso é francamente tudo o que sabemos sobre a chegada de Zelaya, mas também não tentei saber mais coisas", admitiu.
"Zelaya desde o início disse que estava lá para voltar à presidência por meios pacíficos e através do diálogo, e todas as nossas conversas com ele são nesse sentido", concluiu.