As buscas continuam nesta quinta-feira para tentar encontrar sobreviventes em uma central térmica da Índia, no dia seguinte ao desabamento de uma chaminé em construção que pode ter provocado a morte de mais de 100 operários.
De acordo com as autoridades locais, vinte corpos foram encontrados e outras dezenas continuam soterrados sob um monte de tijolos e pedras na central térmica de Korba, a cerca de 200 km de Raipur, a capital do estado de Chhattisgarh (centro).
"O acidente pode ter deixado mais de 100 mortos", declarou Vinod Kumar Sharma, secretário-geral do sindicato dos trabalhadores do grupo Balco (Bharat Aluminium Co Ltd), encarregado da construção de uma chaminé para a central.
Sharma explicou ter chegado a este número com base em depoimentos colhidos com sindicalistas presentes no local na hora da tragédia, que ocorreu na quarta-feira num momento em que todos os operários estavam dentro da central por causa da chuva.
"Somente nove pessoas sobreviveram. Elas foram internadas em hospitais. Todos os outros morreram", destacou o representante sindical.
Um balanço oficial anunciado quarta-feira por fontes policiais mencionava pelo menos 20 mortos.
A companhia Balco tinha sido encarregada de edificar uma chaminé de 275 metros de altura. Cem metros já haviam sido construídos. Quarta-feira, o diretor-geral da Balco, B.K. Srivastava, disse que havia "fortes chuvas" e "trovões" na hora do acidente.
Uma ampla operação de resgate foi organizada, com 150 socorristas e 10 escavadeiras para retirar os escombros. A polícia e as autoridades locais admitiram que é difícil determinar com precisão quantas pessoas foram soterradas, já que a empresa não soube informar o número exato de operários que trabalhavam no local.
Para Sharma, entre 55 e 70 pessoas trabalhavam diretamente na construção da chaminé, e outras dezenas estavam abaixo dela.
"As chances de encontrar sobreviventes são poucas", avisou por telefone o oficial de política Ratanlal Dangi, presente no local.
A central, construída por Balco, é uma empresa dividida entre o grupo Vedanta Plc, cotado na Bolsa de Londres, e o Estado indiano. Vedanta tem 51%, e o Estado 49%.
Em comunicado, o grupo Vedanta informou que o acidente foi provavelmente provocado por fortes chuvas e trovões, mas insistiu na necessidade de aguardar os resultados da investigação.
Os acidentes mortais em canteiros de obras são frequentes na Índia, onde as regras de segurança são constantemente ignoradas.
Contudo, trata-se de "um dos piores acidentes na história recente da construção na Índia", afirmou Rajeev Sharma, responsável para o sul da Ásia do sindicato dos operários da construção e da madeira.