A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, pediu nesta quarta-feira (23/9) na ONU "uma estratégia multilateral forte e precisa" para o retorno da democracia a Honduras.
Kirchner fez o pedido durante o seu discurso na Assembleia Geral da ONU, que conta com a participação de mais de cem líderes mundiais.
[SAIBAMAIS]O pedido argentino foi feito no momento em que o Conselho de Segurança da ONU, atualmente presidido pelos Estados Unidos, analisa uma solicitação do Brasil de reunião urgente para que a situação em Honduras seja abordada.
A mandatária argentina exigiu "uma estratégia multilateral forte, precisa, que faça retornar a democracia e o respeito aos Direitos Humanos a Honduras e que assegure que sejam realizadas eleições livres e democráticas, que somente podem ser promovidas com o respeito à Constituição".
Caso contrário, advertiu Kirchner, "estaremos assentando um severo precedente na região, que durante décadas e durante a vigência da doutrina de segurança nacional sofreu interrupções democráticas que tiraram a vida de milhares e milhares de latino-americanos".
Com visível indignação, a presidente denunciou aos líderes mundiais que a embaixada argentina em Tegucigalpa havia sido privada de eletricidade durante quase dois dias.
"Cortaram a luz da embaixada do meu país por quase dois dias, e com certeza não foi por falta de pagamento da conta, e sim por razões mais graves", disse.
Segundo Kirchner, a causa do corte de luz pelo governo golpista era que "ao lado da embaixada argentina existe um canal de TV que transmitiria as notícias da chegada do presidente Zelaya a Honduras, da repressão, das marchas a favor da restituição democrática".
"Tivemos, em todo caso, mais sorte que a embaixada do Brasil, que nas primeiras horas não só teve a luz cortada, como também a água, por abrigar o presidente constitucional Manuel Zelaya".