O anúncio da presença em solo hondurenho do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, foi recebido com entusiasmo por senadores brasileiros que participaram, nesta segunda-feira (21), de sessão do Parlamento do Mercosul, em Montevidéu. Assim que a notícia da volta de Zelaya a seu país foi publicada por agências internacionais de notícias, o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) pediu a palavra para expressar sua expectativa de que o presidente deposto por um golpe militar retornasse ao poder em Honduras.
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que assumiu nesta segunda o posto de vice-presidente brasileiro do parlamento, também manifestou sua satisfação com a chegada de Zelaya a Tegucigalpa, capital de Honduras, onde se refugiou na Embaixada do Brasil. Ele uniu-se a Arruda ao defender que o parlamento emitisse uma nova declaração sobre o tema, de "respeito ao estado de direito e pelo restabelecimento da democracia".
A pedido de Mercadante, foi redigida uma proposta de declaração, que reunia sugestões de parlamentares do Brasil e da Argentina. Mas a proposta não chegou a ser colocada em votação, uma vez que, no momento, não havia quórum qualificado necessário.
Armas
Durante a sessão, o parlamentar paraguaio Eric Salum levantou ainda o tema de uma suposta corrida armamentista na América do Sul. Ele disse que o Paraguai tem outras prioridades, mas alertou para a possibilidade de também firmar convênios com outros países para permitir a profissionalização das Forças Armadas de seu país.
"Pode ser com um Estado da região ou de fora da região. Cada país é soberano e sabe como vai defender-se. Será também uma decisão soberana, assim como aceitamos outros convênios".
Em resposta, o deputado brasileiro Dr. Rosinha (PT-PR) disse não acreditar na existência de uma corrida armamentista no continente. Ele recordou que o Brasil acaba de descobrir grandes reservas de petróleo na camada pré-sal Entenda o assunto da plataforma submarina e precisa defender a sua soberania.