O mulá Omar, líder dos talibãs do Afeganistão, afirmou neste sábado que as tropas estrangeiras presentes no país serão derrotadas "em breve".
A poucas semanas do oitavo aniversário da derrubada de seu regime pela invasão americana, o mulá Omar, considerado o chefe militar dos talibãs, disse que o Afeganistão será o túmulo das tropas "coloniais".
Em declaração para marcar o fim do ramadã, ele mencionou as "perdas enormes" sofridas pelos cerca de 100.000 soldados estrangeiros mobilizados no Afeganistão. De fato, 350 militares das tropas de coalizão morreram em ataques talibãs desde o início deste ano.
"Quanto mais tropas o inimigo enviar, mais ele será derrotado", afirmou o mulá.
Segundo Omar, ao manterem suas tropas no Afeganistão, os governos ocidentais "não fazem nada além de prolongar a crise atual".
"Os invasores deveriam estudar a história do Afeganistão desde a época da agressão de Alexandre" antes de tomarem suas decisões, prosseguiu.
"Nossos objetivos são a independência e a instauração de um sistema islâmico justo", lembrou o mulá, qualificando de "corrupto" e "tirânico" o governo do presidente Hamid Karzai, cuja vitória nas eleições de 20 de agosto com quase 55% dos votos (segundo resultados não definitivos) é contestada por supostas fraudes.
Comandante supremo e fundador do movimento talibã, o mulá Omar estaria escondido nas zonas tribais do noroeste do Paquistão, na fronteira com o Afeganistão, desde o início da invasão americana. Acredita-se que Osama bin Laden, líder da rede Al-Qaeda, também esteja escondido nesta área.
As forças da Otan no Afeganistão anunciaram neste sábado a morte de um soldado em um tiroteio no sul do país. A nacionalidade da vítima não foi especificada.
Quinta-feira, seis soldados italianos e pelo menos 10 civis afegãos morreram num atentado suicida em Cabul.