A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pediu nesta terça-feira que a Venezuela seja transparente em suas compras de armas, e afirmou que as recentes aquisições de armamentos geram o temor de uma corrida armamentista na região.
"Expressamos nossa preocupação em relação ao número de compras venezuelanas de armas. Isso levanta a questão sobre se vai haver uma corrida armamentista na região".
"É preciso adotar regras e mecanismos para garantir que as armas compradas não sejam desviadas para grupos rebeldes e organizações ilegais, como traficantes de drogas e outros grupos criminosos", disse Clinton em entrevista coletiva.
O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, reagiu afirmando que às declarações de Clinton "não tem base moral ou política".
"Estas declarações, sinceramente, não têm base política ou moral", disse Maduro, ao destacar que são precisamente os Estados Unidos que estão anunciando sete bases militares "na América do Sul", ao se referir ao acordo entre Bogotá e Washington para o combate ao narcotráfico e ao terrorismo.
O ministro da Defensa da Venezuela, Ramón Carrizalez, disse hoje que seu país "tem a obrigação constitucional de se proteger", mas destacou que não vê impedimento algum em passar informações à Unasul sobre a compra de armas.
Carrizalez está em Quito para a reunião de ministros da Defesa da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), prevista para esta terça-feira.
A Venezuela obteve um crédito de 2 bilhões de dólares para a compra de armamento da Rússia, incluindo 92 tanques T72 e um número não determinado de mísseis antiaéreos.
Em 2008, a Rússia concedeu um crédito de 1 bilhão de dólares à Venezuela para financiar a cooperação técnico-militar bilateral, que se somou aos 4,4 bilhões de dólares gastos por Caracas desde 2005 com a compra de 24 caças Sukhoi-30, 50 helicópteros de combate e 100 mil fuzis de assalto Kalashnikov.