Uma menina ienemita de 12 anos, que foi forçada a se casar, morreu por complicações durante o parto, denunciou uma organização de defesa dos direitos infantis, que exige do governo a proibição de casamentos de crianças.
A menina, Fawziya Abdullah Youssef, faleceu na sexta-feira no oeste de Iêmen e o bebê também morreu no parto.
Segundo a Organização Iemenita de Proteção à Infância (Seyaj), o caso de Fawziya ilustra a tragédia das meninas conhecidas como "noivas da morte", crianças com menos de 15 anos forçadas a casar por motivos financeiros, principalmente nas áreas rurais do país.
"Esses casamentos são resultado da pobreza e da ignorância e levam à destruição da vida dessas meninas tão jovens", declarou Ahmed al-Qorashi, diretor da Seyaj.
No ano passado, um tribunal local concedeu o divórcio a uma menina de 8 anos forçada pelo pai desempregado a casar com um homem de 28 anos.
O caso de Nojud Mohammed Ali trouxe à luz o sofrimento de muitas adolescentes forçadas a se casar.
"Isso é uma tragédia real e o governo é o principal responsável porque o presidente (Ali Abdullah Saleh) ainda não promulgou a lei de idade mínima para o casamento adotada pelo parlamento em fevereiro passado", afirmou a advogada que conseguiu o divórcio de Nojud, Shaza Nasser.
Segundo ela, o governo deveria lançar uma campanha de conscientização nas áreas rurais para impedir que clérigos realizem contratos de casamnto com meninas menores de 17 anos.