Silvio Berlusconi afirmou nesta quinta-feira que acredita ser "de longo o melhor presidente do Conselho da história italiana" ao responder a um jornalista do diário espanho El País, que perguntou a ele se tinha a intenção de se demitir por causa dos escândalos em que está envolvido.
"Creio que sou, de longe, o melhor presidente do Conselho dos 150 últimos anos da história italiana", afirmou Berlusconi em coletiva de imprensa conjunta com o presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero.
Em junho passado, El País publicou fotos tiradas na luxuosa mansão de Berlusconi na Sardenha. Nelas, "Cavaliere" aparecia acompanhado de mulheres semidespidas, provavelmente contratadas para o evento.
"Jamais paguei uma lira, um euro, por um serviço sexual", declarou Berlusconi, reiterando suas afirmações de junho passado e desmentindo formalmente que tivesse recorrido a prostitutas de luxo.
Na véspera, Berlusconi admitiu seu amor pelas "mulheres bonitas" e destacou que sua popularidade não cai "apesar dos ataques ferozes" contra ele.
"A popularidade de Silvio Berlusconi continua alta, apesar dos ataques ferozes" cometidos contra ele, declarou o próprio chefe de Estado, falando na terceira pessoa, durante uma reunião com jovens militantes de seu partido.
Berlusconi afirmou que sua popularidade é superior a 68%.
"Acho que os italianos se identificam comigo. Sou um deles, já fui pobre, gosto das coisas que eles gostam, gosto de futebol, sou alegre, gosto dos outros e, mais do que tudo, gosto das mulheres bonitas", declarou, provocando os aplausos da plateia.
As declarações foram pronunciadas depois de dois jornais, o Corriere della Serra e o La Stampa, publicarem trechos do interrogatório de Giancarlo Tarantini, um empresário acusado de corrupção em Bari, no sul do país.
De acordo com os jornais, Tarantini afirmou ter contratado cerca de 30 mulheres dispostas a manter relações sexuais "se fossem solicitadas" durante 18 festas organizadas por Berlusconi em suas residências de Roma e da Sardenha entre setembro de 2008 e janeiro de 2009.
Algumas teriam recebido 1.000 euros "para ter relações sexuais" e outras "apenas receberam de volta o dinheiro que gastaram" para ir às festas, segundo Tarantini.
Patrizia D'Addario, uma garota de programa que já afirmou à imprensa ter dormido na casa de Berlusconi em Roma, era uma das convidadas a estas festas.
"Apresentava as meninas como minhas amigas, sem mencionar que, às vezes, eram pagas", contou o empresário, citado pelo Corriere.
"Quis me aproximar do presidente (do Conselho) Berlusconi e investi muito dinheiro para isso. Sabendo do gosto dele pelas mulheres, acompanhei jovens que apresentava como minhas amigas, sem mencionar que, às vezes, pagava a elas", explicou.
"Em nossa sociedade, os ingredientes para o sucesso são prostituição e cocaína", resumiu Tarantini, citado pelo La Stampa.