Os Estados Unidos têm um tempo "limitado" para provar que a estratégia do presidente Barack Obama para o Afeganistão funciona, num momento em que cresce a impaciência da opinião pública com o conflito, admitiu nesta quinta-feira o secretário americano da Defesa, Robert Gates.
"Temos um tempo limitado para provar que esta estratégia funciona", admitiu Gates em entrevista coletiva. Segundo uma pesquisa publicada terça-feira, quase seis em cada dez americanos são contrários à guerra no Afeganistão.
"Nosso país está em guerra há oito anos, e não é surpreendente que os americanos estejam cansados de ver seus filhos e filhas se arriscarem e irem ao combate", afirmou.
O mês de agosto de 2009 foi o mais sangrento para as tropas americanas no Afeganistão desde o início do conflito, em 2001.
Gates defendeu, porém, a estratégia de Obama, que transformou a frente afegã em uma de suas prioridades.
"Entendemos as preocupações de muitos americanos, mas pensamos que temos agora recursos e a estratégia certa para começar a progredir", destacou, depois de tomar conhecimento do relatório do novo comandante das forças americanas no Afeganistão, o general Stanley McChrystal. O texto ainda não foi publicado.
O chefe do estado-maior do exército americano, o almirante Michael Mullen, ressaltou que os Estados Unidos não poderão derrotar a Al-Qaeda se as tropas americanas deixarem o Afeganistão.
"É impossível vencer a Al-Qaeda a distância", avisou.
"Não acho que esteja na hora de deixar" o país, onde estão mobilizados 62.000 soldados americanos, insistiu.