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Fidel Castro fez duras críticas a Bush em conversa com Oliver Stone

O líder cubano Fidel Castro revelou nesta quinta-feira (3/09) que conversou com o diretor Oliver Stone sobre os "erros e horrores políticos" do ex-presidente americano George W. Bush, durante a recente visita do cineasta americano à ilha. [SAIBAMAIS]Em um artigo publicado na imprensa cubana, Fidel, 83 anos, arremete contra Bush por "arrastar os Estados Unidos para uma política de guerra", negando-se a assinar o protocolo de Kyoto e permitindo a prática da tortura. "Defendi meu ponto de vista acerca da responsabilidade que recai sobre Bush em um recente encontro com o cineasta americano Oliver Stone, ao comentar seu filme 'W'", escreve Castro, afastado do poder há três anos por motivos de saúde. Falando sobre as opiniões que deu a Stone, Castro indica que "depois dos erros e horrores políticos" de Bush, o ex-vice-presidente Dick Cheney justifica as torturas ordenadas à CIA. "Trata-se, entendam bem, de um problema elementar de ética política: 'o fim não justifica os meios'. A tortura não justifica a tortura; o crime não justifica o crime", afirma. Castro expressou preocupação porque "talvez mais da metade" dos americanos apóia a "pérfida política" de Cheney, o que - estima - "seria uma prova do abismo moral ao qual pode conduzir o capitalismo desenvolvido, o consumismo e o imperialismo". Stone, que gravou dezenas de horas de entrevistas com Fidel Castro para seus documentários "Comandante" (2003) e "Looking for Fidel" (2004), lancará nesta semana sua produção sobre o presidente venezuelano Hugo Chávez. Em janeiro, o cineasta voltou a Cuba para entrevistar o atual presidente, Raúl Castro.