Dois atentados com bomba foram perpetrados nesta quarta-feira contra edifícios oficiais na Grécia, um deles contra a Bolsa de Atenas, deixando um ferido leve e sérios danos materiais.
Em Atenas, a bomba de fabricação caseira colocada em uma caminhonete estacionada diante da Bolsa (ATHEX) provocou "sérios danos materiais", anunciou o presidente da ATHEX, Spyros Capralos. Uma mulher que estava a várias dezenas de metros de distância foi levemente ferida na mão.
Apesar dos danos, "os mercados de Atenas e Chipre vão funcionar normalmente", ressaltou Capralos.
Um homem avisara a redação de um jornal sobre a iminência da explosão de Atenas, que ocorreu às 05H39 locais (23H39 de terça-feira, hora de Brasília), permitindo à polícia isolar o bairro.
Na mesma hora, outra bomba caseira explodiu em Salônica, perto do ministério de Macedonia-Thrace. Também neste caso, a redação de uma rede de TV fora avisada antes da explosão. O artefato, colocado atrás do ministério, provocou alguns danos materiais.
"Todos os elementos da investigação mostram que o caso é sério, e que se trata de atos terroristas", declarou Panagiotis Stathis, porta-voz da polícia.
Os dois ataques ainda não foram reivindicados, mas segundo fontes envolvidas na investigação, podem ter sido cometidos pelo movimento Luta Revolucionária (EA), ativo desde 2003.
O grupo multiplicou as ações violentas desde os confrontos de dezembro entre manifestantes e policiais. Em janeiro, alguns de seus integrantes atiraram contra policiais diante de um ministério, ferindo gravemente um dos agentes.
O EA, que está na lista das organizações terroristas da União Europeia, reivindicou 11 atentados em Atenas.
O grupo assumiu a autoria de um ataque contra uma delegacia de Atenas cometido 100 dias antes dos Jogos Olímpicos de 2004. O EA também está por trás do frustrado atentado com bomba contra o ex-ministro do Interior George Voulgarakis em 2006.
Em janeiro de 2007, o EA disparou um foguete contra a embaixada americana em Atenas, sem deixar vítimas.
No caso do atentado de Salônica, os investigadores suspeitam o movimento anarquista "Conspiração das Células de Fogo", surgido em 2008 e autor em julho de um atentado com explosivos contra a casa do ex-secretário de Estado para o Interior Panayotis Hinofotis, que deixou apenas danos materiais.
O grupo ainda reivindicou um atentado com bomba cometido contra o escritório da Agência France-Presse em Atenas no dia 3 de dezembro de 2008.