TEERÃ - O guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, comprometeu-se junto ao pai de um jovem manifestante morto na prisão, depois das manifestações que se seguiram às eleições de 12 de junho, em fazer com que a justiça seja feita, anuncia nesta segunda-feira o site oficial do número um iraniano.
"Devemos defender a lei, devemos defender a justiça", declarou o guia supremo ao pai de Mohsen Ruholamini durante reunião domingo junto com professores da universidade.
O jovem Mohsen Ruholamini, detido no dia 9 de julho, morreu após ter sido torturado na prisão e não de meningite, como havia sito noticiado a princípio, relata a agência semi-oficial Mehr.
Citando fonte próxima do caso, a agência Mehr afirma que uma comissão de "médicos legistas" concluiu no dia 16 de agosto que a morte de Mohsen Ruholamini foi "devida a um estresse físico, a más condições de detenção e a vários golpes recebidos".
Dirigentes iranianos haviam afirmado que Mohsen Ruholamini havia sido vítima de meningite, mas a commissão "rejeitou com firmeza" essa hipótese, segundo a Mehr.
De acordo com fonte próxima do caso, "Mohsen Ruholamini permaneceu detido no centro de Kahrizak e deveria ser transferido para a prisão de Evine. No entanto, devido a seu estado deteriorado de saúde, foi levado ao hospital penitenciário antes disso e morreu no local.
O aiatolá Ali Khamenei havia ordenado no final de julho o fechamento de Kahrizak por não respeitar normas sanitárias.
E afirmou domingo, durante um encontro com universitários, que o poder não deveria demonstrar complacência "se funcionários do governo cometessem delitos (...) ou crimes".
"Da mesma maneira que o governo agirá contra os que se opõem ao regime, agirá contra (os que cometeram) crimes", declarou.
Antes, Abdolhossein Ruholamini, o pai de Mohsen, havia declarado que "o sangue de nosso Mohsen não é mais vermelho do que os dos outros jovens. Nosso Mohsen se foi, é preciso preservar os outros jovens", declarou.
Também "agradeceu" ao guia supremo por ter acompanhado o caso de seu filho e ter ordenado o fechamento do centro de Kahrizak.
Um dos líderes da oposição, o reformista Mehdi Karoubi, afirmou recentemente em carta que vários manifestantes detidos foram mortos na prisão após terem sido torturadoss.
Cerca de 4.000 pessoas foram detidas durante os tumultos pós-eleitorais, entre elas 300 ainda estão atrás das grades, segundo fontes oficiais que anunciam 30 mortos. A oposição, por sua vez, tem uma lista de 69 pessoas mortas.