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Governo Chávez relança jornal criado por Simón Bolívar em 1818

CARACAS - "El Correo del Orinoco", diário criado em 1818 pelo herói da independência Simón Bolívar, chegou de novo às bancas de Caracas neste domingo (30/8), por iniciativa do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que o concebe como uma ferramenta em sua "guerra contra a mídia".

"Devemos nos deixar guiar pelo princípio que expressava o Libertador Simón Bolívar na primeira edição do Correo del Orinoco: somos livres, escrevemos num país livre e não nos propomos enganar o público", assinalou o presidente Hugo Chávez no primeiro editorial do periódico.

O novo Correo del Orinoco circulará diariamente, com edição de 50.000 exemplares e preço de um bolívar (0,46 dólar).

O original Correo del Orinoco foi criado por Simón Bolívar e circulou de 1818 a 1822 para promover a luta pela independência. Colaboraram pensadores de renome, divulgando também artigos da imprensa internacional.

Segundo Chávez, a ideia que motivou o nascimento do jornal há quase dois séculos foi "praticar um jornalismo diferente ao falaz e infame da Gazeta de Caracas", periódico leal à causa espanhola, e esta motivação "está em plena vigência" atualmente.

O presidente venezuelano acusa a imprensa local de agir como partido de oposição, tendo como objetivo derrubar seu governo.

Recentemente, 32 emissoras de rádio perderam a licença para transmitir por decisão do governo e outras 200 poderão incorrer na mesma sorte, se comprovadas irregularidades administrativas em sua gestão.

Ao mesmo tempo, o canal de televisión Globovisión, muito crítica ao governo, vem sendo objeto de vários processos administrativos que poderão levá-lo a perder a concessão.