BERLIM - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu nesta quinta-feira (27/8), em Berlim, "sanções paralisadoras" contra o Irã para impedir que Teerã consiga obter armamento nuclear.
[SAIBAMAIS]"O mais importante que podemos fazer é colocar em andamento ações paralisadoras. É possível exercer pressões reais contra o regime de Teerã", declarou Netanyahu durante uma entrevista coletiva conjunta com a chanceler alemã Angela Merkel.
O premier acrescentou que, se o Conselho de Segurança das Nações Unidas não conseguir chegar a um consenso sobre o endurecimento das sanções, Estados Unidos e Europa devem adotar sanções de sua parte.
Merkel, por sua vez, declarou que o "tempo urge" para que Teerã responda às ofertas de diálogo visando a uma suspensão de seu programa de enriquecimento de urânio. "Se não houver progressos até setembro, analisaremos medidas mais firmes contra o Irã no campo da energia e das finanças", acrescentou o chanceler. No entanto, Merkel enfatizou que as sanções serão mais eficientes com a colaboração da Rússia e da China.
Em sua visita a Berlim, depois de passar pela Grã-Bretanha, onde se reuniu com seu colega Gordon Brown, e de se encontrar na véspera com Georges Mitchell, o enviado especial do presidente Barack Obama para o Oriente Médio, Netanyahu também fez uma comparação entre ameaça iraniana e campos de concentração.
A correlação foi feita quando Netanyahu recebeu de presente as plantas originais do campo de extermínio de Auschwitz. "O Holocausto poderia ter sido impedido. Todos sabiam, mas não fizeram nada. Não podemos deixar que isso se repita. Não podemos deixar que alguns peçam impunemente a destruição do Estado de Israel. Esta é a lição mais importante", declarou, em clara alusão ao regime de Teerã, mas sem mencioná-lo. "Não podemos deixar o mal organizar o assassinato em massa de inocentes", enfatizou.
O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, negou em várias ocasiões o Holocausto e pediu que Israel fosse "apagado do mapa".