BOGOTÁ - A Câmara de Representantes da Colômbia adiou para a próxima terça-feira a votação para convocar um referendo que permitiria ao presidente Álvaro Uribe concorrer a um terceiro mandato, depois de dois dias de debates nos quais a oposição denunciou subornos oficiais em troca de apoio legislativo.
A votação na Câmara, última etapa no trâmite do projeto para convocar o referendo, foi adiada depois de mais de oito horas de debate, dedicadas na maior parte a decidir sobre a eventual inabilitação de 92 dos 165 membros da Casa.
Os parlamentares argumentam que têm um conflito de interesses por um processo judicial na Suprema Corte, que os impediria de se pronunciar sobre o tema da reeleição. Com isso, o presidente da Câmara, Edgar Gómez, suspendeu a sessão pouco antes da meia-noite e convocou uma nova sessão plenária para a próxima terça-feira.
Uribe, um advogado de direita que foi eleito por ampla margem para a presidência em 2002, conseguiu modificar no Congresso a Constituição em 2006 para abrir passagem a uma primeira reeleição. Atualmente tem um índice de aprovação de 68% nas pesquisas.
O plano de convocar o referendo, que deve acontecer ainda este ano, é afetado por denúncias de irregularidades desde que teve início em meados de 2008 com a coleta de quase cinco milhões de assinaturas promovida pelo 'Partido de la U' (Social da Unidade Nacional, centro-direita), um dos seis que integram a coalizão que respalda Uribe.