A gripe suína poderá infectar a metade da população dos Estados Unidos neste outono e inverno (boreal) e matar até 90 mil pessoas, advertiram nesta segunda-feira conselheiros científicos do presidente americano, Barack Obama.
Em um cenário "admissível" de evolução da gripe A (H1N1) nos Estados Unidos, o órgão que aconselha Obama em questões científicas, o PCAST (President's Council of Advisors of Science and Technology), prevê forte tensão sobre o sistema de saúde no país, com a epidemia atingindo entre "30 e 50% da população".
Neste contexto, "entre 20 e 40% dos americanos (60 a 120 milhões de pessoas) apresentariam sintomas, e mais da metade recorreriam a ajuda médica", advertem os especialistas.
[SAIBAMAIS]Segundo as mesmas projeções, até 1,8 milhão de americanos poderiam ser admitidos em hospitais, com cerca de 300 mil precisando de tratamento intensivo (UTI).
"Estes pacientes mais afetados poderiam ocupar de 50 a 100% dos leitos de unidades intensivas nas regiões mais atingidas pela epidemia, gerando forte tensão nestes centros médicos, que já funcionam em seu limite em tempos normais", destacam os especialistas.
A epidemia de gripe suína "poderá provocar de 30 mil a 90 mil mortes nos Estados Unidos, com uma maior concentração de casos entre crianças e adultos jovens.
A gripe comum mata no mesmo período entre 30 mil e 40 mil pessoas nos Estados Unidos, especialmente idosos (com mais de 65 anos).
A epidemia deve ganhar força nos Estados Unidos em setembro, com a volta às aulas, chegando a seu pico em meados de outubro.
A vacina contra o vírus A(H1N1) só deverá estar disponível em outubro e exigirá algumas semanas até que a população desenvolva a imunidade, advertem os especialistas.
O mesmo relatório estima que é "pouco provável que o H1N1 de 2009 se assemelhe à pandemia mortal de 1918-1919", conhecida como gripe espanhola e que matou milhões de pessoas no planeta, mas insiste em que "o atual vírus constitui grave ameaça para a saúde pública da nação" e "a severidade de seu impacto dependerá do comportamento dos indivíduos".
No informe são dados conselhos já conhecidos para a prevenção, como "lavar as mãos com frequência e permanecer em casa durante a doença".
Também sugere que nos locais de trabalho sejam estabelecidas normas para evitar "que os empregados não se sintam pressionados a comparecer se estiverem doentes".