Os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e do Equador, Fander Falconí Benítez, falam sobre a possível instalação de bases norte-americanas em território colombiano, durante entrevista coletiva no Itamaraty
Brasília - Os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e do Equador, Fander Falconí Benítez, falam sobre a possível instalação de bases norte-americanas em território colombiano, durante entrevista coletiva no Itamaraty
Brasília - Os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e do Equador, Fander Falconí Benítez, manifestaram hoje (24) preocupação com a instalação de bases militares dos Estados Unidos na Colômbia.
Amorim e Falconí encontraram-se para tratar de temas conjuntos e também das bases militares, assunto que está na pauta da reunião extraordinária da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), marcada para o dia 28 em Bariloche, na Argentina. Segundo Amorim, a instalação das bases americanas na Colômbia preocup pelo temor de que elas tragam para a América Latina problemas que não são da região. "Essa é a nossa preocupação principal.%u201D
Perguntado sobre o fato de o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, dizer que, na reunião da Unasul, vai questionar o governo brasileiro sobre o acordo entre o Brasil e a França para a compra de helicópteros e submarinos, Amorim respondeu que o país nada tem a esconder sobre essa questão.
"Há uma diferença entre fazer um acordo de compra de equipamentos, e até de treinamento, e a presença estrangeira em seu território, mesmo que o objetivo declarado %u2013 que esperamos que seja verdade %u2013 seja o combate ao narcotráfico e ao terrorismo na Colômbia. Mas, devido à presença dessas forças, há outros assuntos que se colocam", ressaltou o ministro. Segundo o representante do Equador, país que ocupa a presidência pro tempore (temporária) da Unasul, a chancelaria equatoriana recebeu comunicado da Colômbia informando que Uribe deverá participar da reunião em Bariloche e quer discutir outros temas, como acordos militares na região, narcotráfico e tráfico de armas. %u201CNão se trata de fazer acusações. Trata-se de ter um diálogo transparente, que será o que os presidentes vão fazer, no sentido de fortalecimento da entidade regional%u201D, afirmou Falconí.
Ele disse esperar que, ao final da reunião da Unasul, haja uma decisão negociada sobre a instalação das bases dos Estados Unidos na Colômbia. %u201CNão se pode gerar um conjunto de conflitos que já houve antes. Trata-se de encontrar um conjunto de soluções para fortalecer a Unasul no sentido da integração regional%u201D, explicou.
Na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou, por telefone, com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e reiterou a necessidade de haver garantias jurídicas de que as bases militares norte-americanas a serem instaladas na Colômbia fiquem restritas ao território colombiano. Contudo, ainda não há garantias sobre isso. Na mesna conversa, Lula sugeriu que Obama participe da Reunião da Unasul para tirar as dúvidas que as bases militares norte-americanas despertam nos governos da região.