BUENOS AIRES - O ex-ditador argentino Jorge Videla voltará ao banco dos réus devido a uma acusação pelas mortes de 32 presos políticos em Córdoba (centro) em 1976, durante a ditadura (1976/83), indicou nesta quinta-feira o Centro de Informações Judiciais.
Esta será a primeira vez desde 1985 que o ex-ditador voltará a enfrentar um tribunal em um julgamento oral, ainda sem data, embora pesem sobre ele dezenas de acusações por violações dos direitos humanos.
Videla, de 84 anos, havia sido condenado à prisão perpétua no histórico Julgamento das Juntas de 1985, e depois indultado em 1990 pelo ex-presidente Carlos Menem (1989/99). Mas esse perdão foi anulado em 2007 pela Justiça.
Em 1998, voltou a ser acusado pelo roubo de bebês e por sua responsabilidade no Plano Condor de coordenação repressiva no Cone Sul nas décadas de 1970 e 1980, somando várias outras acusações após a anulação, em 2003, das leis de anistia.
Videla, que presidiu a junta militar desde o golpe de Estado, em 1976, até 1981, permaneceu em prisão domiciliar até 10 de outubro, quando foi levado para uma prisão comum localizada dentro do quartel de Campo de Mayo, na periferia noroeste.
Neste julgamento, também foram acusados o ex-general Luciano Benjamín Menéndez, que comandava o Terceiro Corpo do Exército, já condenado à prisão perpétua em 2008 em outro julgamento por torturas e pelo assassinato de um senador em 1976, além de outros 23 ex-militares e ex-policiais.
Na maioria dos casos, os homicídios foram cometidos por militares ou policiais que simulavam tentativas de fuga durante transferências de prisioneiros, entre abril e outubro de 1976, segundo a investigação.
Além disso, são investigados 28 "episódios de tortura" em ambos os centros de detenção de opositores do regime, que deixou um saldo de 30.000 desaparecidos, segundo organizações de direitos humanos.