VIENA - Especialistas da Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA) foram autorizados na semana passada a visitar o reator de Arak, um dos complexos nucleares mais sensíveis do Irã, anunciou nesta quinta-feira uma fonte diplomática em Viena.
"Os inspetores puderam visitar Arak na semana passada. Foi a primeira vez em um ano que eles foram autorizados a visitar o complexo", informou a fonte à AFP.
O porta-voz da AIEA, Ayhan Evrensel, se recusou a comentar a informação.
Considerado um centro nevrálgico do programa nuclear iraniano, o reator de 40 megawatts, que está quase pronto para funcionar, deverá produzir plutônio, oficialmente com fins científicos.
O diretor da AIEA, Mohammed ElBaradei, exigira diversas vezes que os inspetores da agência pudessem voltar a Arak.
Os ocidentais suspeitam o Irã de querer desenvolver a arma nuclear. Para fabricar uma bomba atômica, é preciso plutônio ou urânio enriquecido.
Teerã ainda autorizou a AIEA a reforçar suas medidas de vigilância no complexo de Natanz, o que também era uma exigência da agência.
"As medidas de vigilância foram reforçadas, como queria a agência", disse a fonte.
A AIEA queria, entre outras coisas, aprimorar seu sistema de vigilância por câmeras para monitorar a expansão do complexo.
Em seu último relatório, publicado há alguns meses, a AIEA afirmou que o Irã tinha cerca de 7.000 centrífugas em Natanz, contra pouco mais de 5.000 em fevereiro. No fim de maio, 4.920 centrífugas estavam em funcionamento, 2.132 em fase de testes e 169 ainda não tinham sido lançadas.
ElBaradei deve publicar na próxima semana um novo relatório sobre o Irã, que será examinado em setembro pelo conselho de governadores da agência.
De acordo com o último relatório da AIEA, o Irã acumulou 1.339 kg de hexafluoreto de urânio (UF6) pouco enriquecido.
Segundo especialistas, são necessários 1.000 kg a 1.700 kg deste tipo de urânio para produzir o urânio altamente enriquecido necessário para fabricar uma bomba nuclear.
Peritos consideraram que o futuro reator de Arak poderá produzir até 12,5 kg de plutônio por ano, o suficiente para fabricar duas ou três bombas atômicas.