O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu se declarou "consternado" com o assassinato de um homem na presença da mulher e da filha em um bairro rico de Tel Aviv, chegando a qualificar de "terrorismo interno" o aumento da criminalidade no país.
Israel está em choque com o brutal assassinato de um homem por um grupo de jovens embriagados, em um caso que reabriu o debate sobre a violência na sociedade israelense.
A vítima, Aryeh Karp, 59 anos, estava na sexta-feira à noite com a esposa Sarah, 52 anos, e a filha Hila, 24, em um banco da orla marítima quando um jovem que falava hebraico com sotaque árabe agrediu verbalmente esta última.
O casal e a filha tentaram se afastar, mas foram cercados por um grupo de jovens, que quebrou um braço da mãe e os óculos da filha, antes de matar o pai e jogar o corpo no mar.
A polícia prende oito suspeitos do linchamento, todos oriundos da cidade árabe israelense de Jaljuliya, e duas judias, uma menor e mulher soldado ligadas ao grupo.
Entrevistado pela rádio militar, Netanyahu disse estar "consternado" e defendeu a mobilização de unidades da polícia municipal "para reforçar a sensação de segurança".
Ele chegou a falar de "terrorismo interno".
A imprensa cita cenas de crueldade gratuita próprias de "Laranja Mecânica", o famoso filme de Stanley Kubrick, e a rádio estatal comparou Israel com a Chicago dos anos de Al Capone.
O presidente Shimon Peres também defendeu uma revisão de todo o sistema, incluindo o penal.
Israel registrou nas últimas duas semanas casos de assassinatos não esclarecidos, com corpos mutilados ou jogados no lixo e queimados, o que faz temer a existência de um assassino em série.
Um homem ainda fugitivo abriu fogo há 15 dias contra um centro de ajuda psicológica para jovens homossexuais de Tel Aviv e matou duas pessoas.
Parte da imprensa defende a aplicação do modelo de "tolerância zero" do ex-prefeito Nova York Rudolph Giuliani para combater a criminalidade.
Ao mesmo tempo, a polícia reclama de sobrecarga e os procuradores do Estado protestam contra as aberrações do sistema judiciário, como por exemplo a assistência legal gratuita oferecida a todos os suspeitos, até os donos de mansões.