A Assembleia Nacional da Venezuela aprovou, perto da meia-noite de ontem, uma nova lei de educação. A reforma amplia o controle estatal sobre as escolas públicas e privadas, principalmente no que se refere aos conteúdos acadêmicos. Para os críticos, é vista como uma tentativa do governo de doutrinar os estudantes com ideais socialistas. A lei entrará em vigência após uma revisão no texto, assim que for publicada no diário oficial, informou a presidente da Assembleia, deputada Cilia Flores, da situação.
O Legislativo, integrado em sua maioria por aliados do presidente Hugo Chávez, aprovou a lei após uma longa sessão, marcada por choques entre partidários e opositores do presidente Hugo Chávez. A sessão terminou com a presença apenas dos membros da bancada oficialista. Um grupo de deputados, ex-aliados de Chávez, retirou-se horas antes do fim da sessão, em protesto, argumentando que não participaria da aprovação de uma lei que não foi discutida pelas partes interessadas.
A nova lei de Educação determina que as classes se baseiem na chamada "doutrina bolivariana", em uma referência aos ideais defendidos por Simón Bolívar, como a autodeterminação nacional e a unidade latino-americana. Centenas de manifestantes se dispersaram, na tarde de ontem, quando policiais e equipes antidistúrbio lançaram gases contra a multidão, em sua maioria simpatizantes do chavismo, nas proximidades da Assembleia.