O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende conversar com seu colega americano, Barack Obama, sobre temas regionais como a eventual presença militar dos Estados Unidos na Colômbia e a crise em Honduras, declarou nesta sexta-feira em Lima o chanceler brasileiro, Celso Amorim.
"Existe a intenção de conversar (com Obama) sobre estes temas", disse Amorim, destacando, porém, que a reunião bilateral com o presidente dos Estados Unidos "ainda não foi solicitada formalmente".
"Já entramos em contato com altas esferas do governo dos Estados Unidos, e há interesse neste diálogo sobre temas regionais", acrescentou o chanceler brasileiro em entrevista coletiva, depois de assinar com seu colega peruano, José Garcia Belaunde, vários acordos de cooperação na fronteira comum.
Amorim, que fez uma breve visita oficial ao Peru, reiterou que a possível instalação de bases militares norte-americanas na Colômbia "é um tema de preoocupação para muitos países" da região, mas ressaltou que o Brasil está disposto a ouvir os argumentos dos Estados Unidos.
O ministro pediu que, caso haja mesmo esta presença militar, ela não seja "desproporcionada", assim como "garantias jurídicas de que estes soldados e equipamentos não serão utilizados de uma maneira que possa comprometer a segurança de outros países da região".
Sobre o golpe de Estado em Honduras, Amorim frisou que "sem nenhum tipo de intervenção, e sob os auspícios da Organização dos Estados Americanos (OEA), os Estados Unidos têm mais poder do que qualquer outro país para convencer o governo de fato" do país centro-americano a aceitar uma solução que permita o restabelecimento da democracia.
"Há um interesse óbvio em restaurar a democracia em Honduras", afirmou.
Amorim pediu "uma resolução rápida da questão hondurenha segundo os termos estipulados pela OEA". "Ajudaria muito a diminuir um pouco a tensão que existe na região", justificou.