A Unesco manifestou nesta quarta-feira sua "profunda preocupação" com a situação da liberdade de imprensa na Venezuela, após a recente decisão do governo Chávez de revogar 34 licenças de rádio e de canais de televisão do país.
"Estou profundamente preocupado com a diminuição do número de meios de expressão através dos quais os cidadãos podem exercer o seu direito de receber informações de várias fontes", disse em uma declaração o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência, Cultura e Comunicação (UNESCO), Koïchiro Matsuura.
"O povo venezuelano tem o direito de receber informação e análise dos eventos relacionados a ele, a partir de diferentes pontos de vista", acrescentou, após a controversa decisão de Hugo Chávez, que afeta de 32 rádios e 2 televisões, "por alegadas violações da lei de telecomunicações no país".
A decisão, tomada no mês passado, poderá resultar no cancelamento de licenças para a distribuição de cerca de 240 emissoras de rádio e 45 canais de televisão.
Matsuura apelou à Venezuela que reconsiderasse sua decisão, e para proteger "de qualquer assédio" os profissionais dos meios de comunicação.
O diretor-geral também citou o ataque à sede da Globovisión em Caracas por cerca de 30 pessoas lideradas pela militante chavista Lina Ron, líder do partido político Unidad Popular Venezolana.
"Essas pessoas abriram seu caminho a força para penetrar nas instalações desta empresa de televisão e, uma vez lá dentro, atiraram gás lacrimogêneo, causando ferimentos em quatro pessoas", disse a declaração.