A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, chamou a atenção para a violência sexual na República Democrática do Congo, hoje, no início de uma visita oficial ao país. Ela disse que os EUA apoiarão o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, em sua luta por uma ação global para impedir que forças do governo e grupos armados usem a violência sexual como arma de guerra.
A parada de Hillary no Congo faz parte de um giro de 11 dias pela África, que já incluiu Quênia, África do Sul e Angola. A chanceler americana visitará ainda Nigéria, Libéria e Cabo Verde. Amanhã, Hillary viaja para a cidade de Goma, no leste do Congo, epicentro de vários casos de estupros e outros crimes sexuais cometidos por militares e rebeldes.
Os dois lados disputam a vasta riqueza mineral da região. As Nações Unidas já registraram pelo menos 200 mil casos de violência sexual no leste do Congo, desde o início do conflito, em 1996. Mais de 5 milhões de pessoas morreram e centenas de milhares perderam suas casas, na última década.
O Human Rights Watch (HRW) exigiu que o Congo enfrente o problema da violência sexual, muitas vezes perpetrada até por generais e outros oficiais do país. Ao citar dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a entidade apontou 7.703 casos de violência sexual cometidos pelo exército no ano passado. O HRW pediu ao Conselho de Segurança da ONU "medidas duras" contra membros do governo para evitar a violência sexual.