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Nagasaki realiza cerimônia para homenagear vítimas do bombardeio atômico

TÓQUIO - O prefeito de Nagasaki, Tomisha Tanoue, pediu neste domingo aos líderes das potências nucleares que visitem sua cidade e trabalhem por um mundo sem armas nucleares, durante a cerimônia pelo 64º aniversário do bombardeio atômico dos Estados Unidos. Tomisha Tanoue apelou aos líderes dessas potências e de outros países como o Irã, Israel e Coreia de Norte que conheçam o testemunho vivo representado por sua cidade. "Estou seguro de que qualquer um que visitar Nagasaki sentirá o pesar das vítimas e isso vai comovê-los", afirmou o prefeito em um discurso na cerimônia anual para recordar o bombardeio de 1945. Os presentes fizeram um minuto de silêncio às 13h02, hora em que a bomba explodiu sobre a cidade matando 74 mil. Para Tanoue, o discurso que o presidente americano Barack Obama pronunciou em Praga, em abril passado, quando se comprometeu em construir um mundo sem armas nucleares, impressionou os habitantes de Nagasaki. "O governo japonês tem que apoiar o discurso de Praga. Como país que sofreu um ataque nuclear, o Japão deve liderar a comunidade internacional em seus esforços para abolir essas armas". Na quinta-feira, a cidade japonesa de Hiroshima também recordou o 64º aniversário do primeiro bombardeio atômico do mundo, que deixou 140 mil mortos, em 1945. O prefeito de Hiroshima igualmente aproveitou a ocasião para pedir a abolição por completo das armas nucleares até 2020. Cerca de 50 mil pessoas, incluindo os sobreviventes do holocausto, participaram na cerimônia no monumento dedicado às vítimas do ataque lançado pelos Estados Unidos em 6 de agosto de 1945. Estavam presentes no ato o primeiro-ministro japonês, Taro Aso, além de representantes de 60 países. %u201CPrometo novamente hoje que o Japão estará na vanguarda da comunidade internacional pela abolição das armas nucleares e a manutenção de uma paz eterna", afirmou Aso ao término do evento. A cerimônia foi realizada a alguns metros da Cúpula de Genbaku, um ex-salão de exposições do qual resta apenas a estrutura calcinada. Esse foi o único edifício que resistiu à explosão da bomba.