O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou na noite de sábado que vai manter congeladas as relações com a Colômbia por causa do acordo militar que Bogotá negocia com os Estados Unidos, apesar de anteriormene ter ordenado a volta do embaixador venezuelano para a capital colombiana.
[SAIBAMAIS]"Insisto, a decisão de congelar as relações com o governo do presidente Alvaro Uribe está mantida", afirmou Chávez ao receber representantes do partido opositor colombiano Polo Democrático Alternativo (PDA, esquerda) no palácio presidencial de Caracas.
Chávez congelou as relações com a Colômbia na semana passada, retirou seu embaixador, Gustavo Márquez, de Bogot e anunciou uma substituição de milionárias importações, assim como a revisão de acordos comerciais.
Mas inesperadamente, na noite de sexta-feira, ordenou o retorno a Bogotá de seu embaixador, Gque foi chamado para consultas na semana passada quando congelou as relações bilaterais com a Colômbia.
"Claro que não temos em nossos planos uma ruptura das relações com a Colômbia", afirmou o presidente venezuelano ao anunciar o retorno do diplomata.
Márquez, no entanto, acompanhava Chávez neste encontro com os representantes de Polo Democrático Alternativo.
Também afirmou que os acordos comerciais continuam sob revisão.
Chávez que as importações sejam imediatamente substituídas pelas de países amigos, como a Argentina e o Brasil.
Ao conflito sobre as bases nucleares, se som ao recente anúncio do governo colombiano sobre a apreensão em um acampamento da guerrilha das FARC de armas que teriam sido compradas por Caracas de um fabricante sueco nos anos 80.
Chávez considera a acusação das armas uma "manobra suja" por parte de Bogotá.
Em entrevista a um canal colombiano na véspera, Chávez acusou que a "política belicista" do presidente colombiano superou as fronteiras e se estendeu para os territórios do Equador e da Venezuela.
"Na Colômbia há uma guerra e a política belicista de Uribe e o apoio belicista dos Estados Unidos conseguiram estender a guerra da Colômbia para as fronteiras com a Venezuela e com o Equador", disse Chávez entrevistado em Caracas pelo canal colombiano RCN.
O mandatário venezuelano acrescentou que, mesmo que sua pretensão não seja a de proibir seu colega colombiano de fechar um acordo com os Estados Unidos para permitir a presença de tropas norte-americanas em bases desse país, "está obrigado moralmente a protestar por esse fato".